quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sobre a morte e o morrer

Rubem Alves

O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida deum ser humano? O que e quem a define?

Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3.

sábado, 27 de outubro de 2007

Metade

Ferreira Gullar

Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...

Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.

Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.

E que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.

Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.

E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.

Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...também.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O Morrisey me compreenderia...

There Is A Light That Never Goes Out
The Smiths

Take me out tonight

Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your carI never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see lights
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home
It's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine

Take me out tonight
Oh take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought "Oh God, my chance has come at last"
But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask

Take me out tonight
Take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
Just driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Oh, I haven't got one

There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out...

domingo, 14 de outubro de 2007

"Se precisar de alguma coisa, me avisa"

Acho que tem gente que usa essa frase somente da forma coloquial, como um simples "Tudo bem?" que a gente nem sempre usa pra saber a verdade, mas mais como uma forma de cumprimento ou como um "Bom dia", que a gente nem sempre pensa no verdadeiro significado quando fala isso pra alguém...
*
Sei que posso usar esse blog pra desabafar algumas coisas que têm me deixado chateada pq nenhum amigo meu de convívio costuma mesmo ler esse blog... Então, não vai soar como indireta pra ninguém... É mais uma coisa do tipo que a gente tem que colocar "no papel" pra tirar de dentro da gente, mas, nesse caso, que a gente tb fica torcendo pra, por acaso, algum amigo ler e mudar algumas atitudes...
*
Nesses dias que não andam muito fáceis, como eu estava dizendo pra Linda, começo a entender pq alguns serviços telefônicos de ajuda como o CVV recebem tantas ligações... Antigamente, costumava pensar que as pessoas que ligam pra esses serviços não deviam ter nenhum amigo, mas hj sei que o buraco é mais embaixo...
*
Nem sempre os pedidos de socorro que a gente solta são compreensíveis para todo mundo. Nem sempre as pessoas pedem socorro tão claramente como todo mundo gostaria, tipo "Por favor, estou muito mal, precisando conversar. Vc pode vir até aqui?" Só não sei se as pessoas não entendem esses pedidos de socorro ou se fazem que não entendem pq, afinal, é mais fácil não se envolver nos problemas dos outros...
*
Acho que ninguém nunca me ouvirá ao telefone chorando copiosamente e pedindo ajuda assim diretamente... Meus pedidos de socorro costumam vir disfarçados de um convite pra balada, de preferência dessas que tenham música e cerveja pra alienar o pensamento e aliviar os sentidos...
*
A coisa não tá fácil... Espero que o tempo ajude a clarear as minhas idéias... Tô cansada de parecer forte, tô cansada das pessoas acharem que eu sou auto-suficiente, tô cansada de, no fundo, ser sozinha...

sábado, 6 de outubro de 2007

Terra Celta no SESC Vila Mariana amanhã!!!

Bom, hoje é sábado e eu tô super ansiosa pela apresentação do Terra Celta no SESC Vila Mariana no domingo... Conheço esse grupo faz um tempo, mas só das Celtic Jams do Ricardo; nunca vi o grupo mesmo em uma apresentação formal...

Então, tô postando aqui um vídeo com um trechinho de uma música muito engraçada que eles tocam... E, como o vídeo não tá lá essas coisas (e o áudio tb não), segue tb a letra...

*************************************
IN HEAVEN THERE IS NO BEER

In Heaven there is no beer
That's why we drink it here
And when we're all gone from here
Our friends will be drinking all the beer.

In Heaven there is no wine
So we drink till we feel fine
And when we leave this all behind
Our friends will be drinking all the wine.

In Heaven there is no sex
So let's do that next
And when our muscles no longer flex
Someone else will be having sex.
*************************************
(Bom, tentei postar, mas como esse vídeo não é do YouTube, acho que a coisa não vai funcionar e vcs só verão um quadradinho aí embaixo... Então, pra quem quiser ver, segue o link aqui mesmo, por escrito: http://myspacetv.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=16092998)


sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Triste 11 de setembro


Um comentário antes de postar uma crônica que li hoje e gostei muito:

- Primeiro, vai servir de homenagem ao Oliva, que é o único que ainda me escreve cobrando alguma atualização deste pobre blog tão abandonado... rs... Pq acho que se vc ainda não viu essa crônica, Oliva, vai curtir e, além disso, inevitavelmente, ela me lembrou vc e um professor de História muito bom que eu tive no SENAI que tb usava o termo "estadunidense";

- Segundo pq o escritor conseguiu expressar o que eu sinto com relação ao 11 de setembro, mas que se eu falar com as minhas palavras e com a minha delicadeza de elefante em loja de cristais, todo mundo vai dizer que eu sou insensível e anti-americanos.

Agora sim, vamos à crônica...

****************************************

Triste 11 de setembro

O dia em que o estádio onde o Brasil foi bicampeão do mundo virou campo de concentração

Por Mouzar Benedito

Desde 2002, o 11 de setembro virou data das vítimas do terrorismo, dos inocentes estadunidenses que morreram sem saber por quê, um ano antes. Compartilho a tristeza dos familiares e dos amigos das vítimas. Mas lembro com tristeza do 11 de setembro desde muito antes.

Só que os fatos que me levam a isso – ao contrário do acontecido em 2001 – tinham como vítimas não moradores dos Estados Unidos, e sim do Chile. E os terroristas, dessa vez, planejaram tudo em gabinetes governamentais de Washington.

Sim, o 11 de setembro de 1973 em Santiago do Chile – o golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet contra o governo democraticamente eleito do socialista Salvador Allende – teve como co-responsável o país que hoje se põe na condição de vítima do “terrorismo” e gasta bilhões de dólares com uma operação militar em defesa da “democracia”.

Antes de dar o tiro de misericórdia em Allende, os Estados Unidos, por intermédio da CIA, comandaram uma política de desestabilização de seu governo e da economia chilena. Chegaram a pagar caminhoneiros para não transportarem mercadorias, e muito mais do que eles ganhariam trabalhando. Por isso faltava até comida nas cidades. Depois partiram para o golpe final, comandado por Pinochet. Milhares morreram. Milhares desapareceram.

Numa área próxima a um bairro universitário, o Rio Mapocho, que corta a capital chilena, correu vermelho nesse dia. Muito sangue. O Estádio Nacional – no qual o Brasil conquistou sua segunda Copa do Mundo ao vencer a Checoslováquia por 3 a 1, há 45 anos – foi transformado em campo de concentração, prisão, centro de torturas.

O compositor Victor Jara, um dos mais populares do país, morreu ali. Seu corpo foi encontrado dias depois por sua mulher, crispado de balas e com as mãos decepadas para não mais tocar suas canções de amor e liberdade. Te recuerdo, Amanda...

Então, o papel de vítima dos Estados Unidos não me comove. E me comove menos ainda quando recordo outros atos que cometeram. Lembro-me, por exemplo, da história de um japonês que se tornou meu amigo.

Yoneda morou em Hiroxima, no Japão, até os 18 ou 19 anos, ainda durante a Segunda Guerra Mundial. Terminou o curso médio e foi a Tóquio, para tentar entrar numa faculdade. Saiu de Hiroxima em 5 de agosto de 1945. No dia seguinte, em Tóquio, soube que algo grave tinha ocorrido em sua cidade. Procurou descobrir o que estava acontecendo, tentou telefonar, não conseguia.

Resolveu voltar. A região estava toda cercada pelo exército, ninguém podia entrar. Ficou desesperado. Uma bomba atômica lançada pelos Estados Unidos destruíra toda a sua cidade. Não tinha mais amigos, não tinha mais família. Nada!

Em 1980 ele me mandou um depoimento, contando como foi, sua angústia, seu desespero. Publiquei no dia 6 de agosto daquele ano, na Gazeta de Pinheiros, o “Diário de Yoneda”. A última página inteira, falando da sua história, naquele aniversário da destruição de Hiroxima pelos estadunidenses.

Em 2001 eu o conheci pessoalmente. Yoneda veio ao Brasil, com setenta e tantos anos de idade, muito disposto e elétrico. Andava o dia inteiro. Numa noite, ficamos conversando com ele, o Kyoshi (seu filho) e a Mary Lou (sua nora), na casa da Lea e do Mário, nossos amigos comuns. Entre umas e outras, nos divertimos muito.

Claro, não falamos do 11 de setembro nem do 6 de agosto.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Mudando de dezena...


Bom, pra quem não sabe (o que é difícil, já que, ao contrário do Maurilo, eu não tenho nem meia dúzia de leitores... rs...), hoje é meu aniversário e estou mudando de dezena...

Claro que a famosa "crise dos 30" não é famosa por acaso e eu acho que estou passando por ela... Fico pensando nos milhões de coisas que eu ainda não fiz, mas, pior, penso na meia dúzia de coisas que eu realmente QUERO fazer e ainda não consegui: pós-graduação, proficiência do Inglês, viajar pra Irlanda, casar, ter filhos, etc, etc, etc... Algumas já estão até à vista, mas outras... tsc, tsc...

Mas, de todo modo, o que todo mundo tem me dito é pra enxergar as coisas que já consegui até aqui e isso melhora um pouco o meu astral...

Então, falando de coisas boas, ontem tive a maior surpresa da minha vida... A Analía, minha amiga de Buenos Aires apareceu aqui em casa de surpresa, assim sem mais nem menos, pra comemorar o meu aniversário comigo: o dia E a festa... E, quer dizer, "sem mais nem menos" só pra mim pq foi um complô super bem armado dela, da minha família, da Juliane e das outras amigas que sabiam, a Ieda e a Sarah... Nunca pensei que esse povo fosse tão bom pra guardar segredo... Agora tenho 100% de certeza de que posso confiar em todos... AHAHAH...

Portanto, se eu consigo trazer uma amiga de tão longe só pra me dar um abraço de aniversário, acho que deve ser porque eu tenho mesmo mais acertado que errado nas escolhas da minha vida, né?

Bjo pra vcs...

domingo, 6 de maio de 2007

"Se vai copiar, copia direito, porra!"


Bom, eu detesto o Marcos Mion... Acho todos os programas dele simplesmente ridículos, mas devo admitir que eu concordo com essa máxima dele...

Já teve época que eu fui meio contra esse negócio de banda cover (por causa daquela famosa comparação: gozar com o pau dos outros), mas em épocas posteriores, fui a muitos shows de covers... Algumas muito competentes (citar as horríveis, nem vale a pena), mas detestáveis. Por quê? Porque os caras SE ACHAM... O cara tá tocando música dos outros, o povo vibra e isso sobe à cabeça de tal modo que tem idiota que acaba se comunicando com o público em Inglês, vê se pode... Como eu sempre digo, tem louco que acha que é Napoleão, tem louco que acha que é Bruce Dickinson...

Mas hoje, graças à indicação da Fê, eu vi uma das (senão A) melhores bandas cover que eu já vi... Um cover do The Cure cujo nome é Interlude. Inacreditável a competência dos instrumentistas e a semelhança da voz do vocalista... Em algumas horas, parecia mesmo que eu estava ouvindo o CD... E, melhor, os caras simples, puta gente boa... O vocal até colocava o microfone à disposição do público, coisa raríssima entre essa categoria tão egocêntrica... rs...

Queria que em SP a gente pudesse ver mais bandas cover assim, viu? Muito poucos músicos sabem copiar com competência...

domingo, 22 de abril de 2007

Falta de educação não tem idade...

Decidi postar aqui um "causo" que eu sempre conto pro povo, mas eu ainda não tinha "imortalizado" no blog... rs...

Bom, eu tenho uma amiga que é paraplégica, ou seja, usa cadeira de rodas... E, pra ela, é realmente bom esse negócio de fila preferencial, já que ela utiliza sonda e tem horários certos para ir ao banheiro...

Um dia, esperando na fila preferencial no banco, sem mais nem menos, uma velhinha passa na frente dela. Achando o cúmulo do absurdo, minha amiga vira e diz: "Senhora, eu estou na fila". E a velha: "É, mas eu sou velha e vc está sentada". "É? Qtos anos a senhora tem?", "65". E a minha amiga, com a língua super rápida: "Bom, se com essa idade, a senhora ainda não aprendeu a ter educação, não vai aprender mais, né?"

Nem preciso dizer que nem o pessoal do banco não conseguiu segurar a risada, né... rs...

Tomando vergonha na cara...

Pô, gentes, eu tinha que fazer um post urgente, depois de alguns e-mails que recebi perguntando por que eu não estava mais atualizando o blog, né... rs...

Bom, como já disse pra alguns de vcs, andei sumida em função de uns problemas que andei tendo com o computador (que teve que ir pra manutenção), por causa dos meus novos horários em função do novo trampo (que eu tive que reorganizar) e pelo meu relógio biológico que ainda está se acostumando com o fato de eu ter que acordar 1h mais cedo agora... rs...

Mas tb pq tomei vergonha na cara e decidi me inscrever pra fazer o teste pro FCE (First Certificate of English) de Cambridge, afinal, qdo voltei a fazer Inglês, voltei pensando nisso mesmo, já que algumas pós exigem esse certificado para a aceitação e eu já devia ter tentado o FCE no semestre passado... Decidi parar de adiar, afinal, quero ver se consigo começar a pós ano que vem...

Só que meu primeiro simulado foi um desastre... rs... Foi um listening e meu rendimento foi de chulos 50%... Aí, tenho usado o tempo livre pra fazer uns simulados em casa e no último já cheguei a 90%... Tá valendo a pena...

Então, me perdoem se sua amiga sumir uns tempinhos, começar a postar muito raramente, mas é por uma boa causa... rs...

Bjo pra vcs!!!

domingo, 1 de abril de 2007

Músicas que lembram pessoas...

Ontem, eu estava pensando como é incrível o poder que as músicas têm de me lembrar de épocas, mas especialmente de me lembrar de pessoas... Existem algumas músicas que são "batata": eu ouço e me lembro de alguém. Às vezes, nem é pelo fato da pessoa gostar daquela música... Às vezes é porque eu vi a pessoa dançando aquela música e tinha uma "coreografia" muito característica, às vezes porque a letra me lembra a minha relação com a pessoa ou pq a pessoa é muito fã da banda mesmo...
Por exemplo, "The Promess" do When In Rome me lembra a Sarah, qualquer música do Maiden me lembra a Ieda, "Headhunter" do Front me lembra a Lu, "Lucretia" do Sisters me lembra a Ana, tem uma música da Pitty que me lembra muito o Marcelo... Aí, fico pensando: será que tem alguma música que faz as pessoas se lembrarem de mim?...

O Milagre da Multiplicação...

Já que estamos entrando na Semana Santa e o Discovery Channel já vai começar a passar aqueles programas especiais para a data, falando do milagre da multiplicação e outras coisas mais, queria dar a minha contribuição...

Outro dia, voltando com a Carol do trampo, observei como é incrível o MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DAS FAIXAS na hora do rush em São Paulo... Ruas que têm 3 pistas (mas onde uma pista acaba sendo ocupada por carros estacionados) todos os dias, às 18h, são transformadas em ruas com 4 pistas... É inacreditável como tem gente que não tem nenhuma consideração nem respeito pelas outras pessoas... Ai, ai...

Não dá pra sentar e ficar esperando a vida passar...

Puxa, ontem, já estava fazendo mais de 1 mês que eu não fazia nenhuma balada (com exceção do Pet Shop Boys que não conta como balada, afinal, chegar, ver o show e sair não conta... rs...)...

Por quê? Pura falta de companhia... Os amigos que curtem as baladas que eu curto agora estão todos casados, namorando, tomando conta dos filhos etc... Me sobram os amigos que curtem as baladas de Metal e olha lá... Mas balada de Metal agora, só se for em galera pq já tô cheia de ir pra balada que só tem moleque e loser... Como diz o Silvio, em lugar que tem moleque de boné, camiseta de banda tão velha que fica cinza e mochila nas costas, não vou mais... rs...

E ontem, mais uma vez por causa disso, eu ia acabar ficando em casa... Pior que tava me acostumando com isso...

Mas qdo deu umas 21h30, decidi ligar pro Rafa e ver onde ele e o Mauro iam. Resposta: Autobahn. Fico meio sem graça de ir só com eles, afinal, posso queimar o filme deles pq eles só vão pra lá pra caçar mesmo... rs... Mas como eles me convidaram, pensei "Quer saber? Foda-se!" e fui...

Resultado: foi muito legal, dancei muito pq nem estava tão lotado como na última vez e, ainda por cima, me livrei de urucubaca de quase 2 meses sem beijar na boca...

É isso... Não vou mais ficar sentada esperando a vida acontecer... Nunca fui assim com emprego, nem com estudo e não vou mais ser assim com amigos, nem com balada, nem nada...

Aliás, AMANHÃ começo no meu emprego novo... U-hú!!! Torçam por mim!!! Bjo!!!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Quando se precisa de pouco pra ser feliz...

Esses dias, um amigo meu muito querido da época do SENAI me mandou um link de um vídeo que ele achou no YouTube (devidamente abaixo) que, qdo eu vi, dei muita risada...

É um vídeo muito tosco do Juntatribo 2, que rolou em 1994 em Campinas (meu Deus, eu tinha só uns 16 anos!!!)... E a gente aparece por um segundo (mais precisamente aos 00:49)... É tipo um "Onde está Wally?" pra vcs... rs...

E esse vídeo me trouxe muitas boas lembranças... rs... Me lembro que fui pra Campinas de ônibus com uns 7 ou 8 meninos, todos amigos muito engraçados daquela época que cuidavam de mim como se cuida de uma irmã caçulinha... rs... Resultado: eu nunca catava ninguém... rs...

Fomos na sexta depois da aula, chegamos em Campinas em cima da hora, corremos muito pra chegar na tenda onde ia rolar o show que era num descampado de terra vermelha (como vcs podem ver aí) e qdo o show começou, todo mundo pulando, a terra subiu e o lugar ficou um nojo... rs... As roupas da gente ficaram cheias de terra, como o gorro do Marcos que era cinza, mas parece laranja no vídeo por causa da terra... rs...

O pior: pouco tempo depois do show ter começado, a banda tocando, chamando todo mundo pra dar stage diving, mó galera em cima e o palco quebrou no meio... rs... Resultado: show cancelado...

Pegamos uma carona até a rodoviária, na caçamba de uma saveiro, chegamos na rodoviária, aquele puuuta frio, todo mundo vermelho de terra e dormimos no chão que nem mendigos até ter ônibus pra gente voltar pra SP... E a gente se divertiu... rs...

Ô saudade da época que eu precisava de tão pouco pra ser feliz... rs...

quarta-feira, 21 de março de 2007

Deixando a vida sedentária (mais ou menos... rs...)

Puxa, teve outra coisa que esqueci de contar sobre meu fim-de-semana... Finalmente, consegui começar as aulas de dança irlandesa que há taaaaaaanto tempo eu tenho vontade de fazer e nunca tinha começado pq aqui em SP só tinha em Campinas ou aqui no Morumbi, mas numa escola cuja mensalidade custa os olhos da cara...

E querem saber o pior? A professora estava me dizendo que a próxima novela da Globo vai ser filmada, em parte, na Irlanda e um atorzinho galã está fazendo aulas de dança irlandesa pq vai aparecer na novela dançando... Aí, já viu... O negócio vai virar modinha e qdo eu disser que faço aulas de dança irlandesa, neguinho vai perguntar "ah, por causa da novela, né?"... Tenho que começar a pensar numa resposta pra perguntinha idiota que vai virar lugar-comum... rs...

Acho que nunca suei tanto na minha vida... O exercício é 99% aeróbico e, apesar do aquecimento no início da aula, depois das 2h de aula, os músculos da minha panturrilha e da minha coxa estavam me matando... E olhem que eu nem me empenhei tanto assim nos exercícios pq já estava imaginando essa possibilidade...

Vamos ver por quanto tempo eu consigo levar isso em frente pq, afinal, faz mais de 15 anos que eu não fazia aulas de dança, estou acima do peso, tenho quase 30 anos e sou fumante, né... rs... Ô sedentarismo maldito...

Bom, tem um videozinho aí do Riverdance (o ícone da dança irlandesa pro mundo hoje - e que, no caso deles, nem é tão tradicional assim) pra quem não conhece imaginar o que a amiga de vcs aqui sofreu... rs...


terça-feira, 20 de março de 2007

Entendendo a falta do produto no mercado...


Puxa, estou mesmo meio atrasada com relação aos meus posts, mas apesar disso, não podia deixar de fazer um post sobre o show do Pet Shop Boys no último sábado...

Pra começar, me senti em casa, né? Meio como no Autobahn pq a média de idade do público era de uns 30 e poucos anos... (Graças a Deus, pq tô fugindo de balada cheia de molecada..)

O show foi muito legal (apesar de eu ainda achar que esse show tb não superou o do New Order), uma produção de palco razoavelmente simples, mas que causava um puta efeito visual e várias músicas me fizeram lembrar a minha fase pré-adolescente-não-metaleira-que-freqüentava-a-OverNight... rs...

Além disso, acho que descobri por que eu tô solteira, viu... Acho que eu gosto é de homem gay... rs... Puta-merda, como tinha homem bonito naquele lugar... E vários, com certeza, eram gays... Porque tinha alguns, os que não estavam acompanhados das namoradas, que não dava pra saber, né... Ainda mais estando num show do Pet Shop Boys...

Espero que ninguém ache esse meu comentário pejorativo, aliás, muito pelo contrário... Pq, afinal, se vc vê um cara bonito, bem vestido, combinando peças de roupas, com um cabelo super legal, inteligente, engraçado, que saiba conversar, cheiroso e solteiro, já pensa "aí tem...". E lá, estava lotado de caras assim...

Sei lá, acho que eu nasci pros relacionamentos platônicos... rs...

domingo, 11 de março de 2007

O Inferno dos Fumantes


Esses dias, eu estava conversando com a Ana sobre os problemas que nós, fumantes, enfrentamos atualmente...

É claro que eu compreendo que fumar faz mal à saúde, mas, sei lá, com essa coisa do "politicamente correto", a política excludente do "não-tabagismo" chega a níveis absurdos... Como o Oliva dizia na época que trabalhamos juntos, chega a ser algo nazista... rs... E o pior: já li mesmo que a primeira campanha anti-tabagista da história foi promovida pelo Nazismo...

Compreendo que não se possa fumar em ambientes fechados... Vá lá... Apesar de que não poder acender um cigarrinho depois de comer e enqto se toma um cafezinho é um horror... Azar da Ana que em Buenos Aires não existem mais áreas de fumantes em restaurantes... rs... Mas vcs acreditam que eu já fui a algumas empresas e indústrias que só se podia fumar do portão para fora? E imagine o que significa isso numa indústria! Quer dizer que vc tem que andar pelo menos 1km pra poder acender um cigarro! Às vezes, acho que pode ser que eu nunca consiga um emprego numa empresa boa meeesmo só pq eu fumo...

Se vão proibir tudo o que faz mal pro organismo, logo terão que proibir açúcar refinado, gordura, cafeína, Coca-cola... Fala sério...

E, bom, como eu ando lendo e procurando muitas coisas da Maitena esses dias, decidi incluir aqui uma tira dela pra ilustrar esse post...

Bjo pra vcs!

sábado, 10 de março de 2007

Mudando...

Bom, devido ao fato de eu andar com muita preguiça de postar no Fotolog (esse ano só teve um post até agora) pq nem sempre tenho tempo ou saco de procurar alguma imagem que combine com o texto e tb pq vários amigos meus que considero interessantes e inteligentes estão aqui no Blogspot, decidi mudar... rs...

Queria fazer um post interessante com alguma imagem (já que hj estou com tempo e saco) ou algum vídeo, a exemplo do que vejo sempre nos blogs da Analía e do Maurilo, mas ainda não descobri como isso funciona direito e não tô a fim de ficar lendo as instruções pq tb não estou com tanto saco assim...

Então, me limito a dar as boas vindas aos visitantes... E me aguardem pq logo descubro como isso funciona... rs...

Bjo!!!